segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

"O Vendedor de sonhos" na Fnac








E pronto! "O Vendedor de sonhos" já anda por aí a alimentar a imaginação da criançada.
Depois do lançamento no passado dia 28 de Novembro, o homem baixinho e gordinho, com aqueles suspensórios e meias coloridas, com meia dúzia e cabelinhos na cabeça, com o enorme relógio pendurado nas calças e os seus óculos balançando ao sabor dos seus passos de encantar, lá vai contando histórias e espalhando sonhos junto da miudagem.
E, porque não, dos adultos, que também gostam de ouvir o que ele tem para contar.

Um livro que faz sonhar e que leva consigo uma mensagem sobre...livros.

Bons sonhos para todos.

sábado, 20 de dezembro de 2008

A promiscuidade kultural literária “made in” Madeira








No passado dia 13 de Dezembro, numa fantástica iniciativa com objectivo humanitário, a Fnac Madeira e a editora O Liberal, deram as mãos por um pequeno livro intitulado “Leituras Soltas”.
Num espaço a abarrotar de gente interessada em conhecer o projecto e em ajudar os mais necessitados.
Um projecto que cometeu a proeza de juntar 11 autores que escrevem e produzem na Madeira. Entre outros, António Castro (várias vezes premiado como poeta e letrista), António Paiva (autor do segundo livro de poemas que mais vendeu na Fnac Madeira em 2007), Constantino Palma (que tem alguns títulos de deliciosa prosa), Graça Alves (vencedora do prémio literário 2008 do Instituto Vinho Madeira, entre outros), Isabel Fagundes e Octaviano Correia (reconhecidos autores de boa literatura infantil), Joana Aguiar e Natália Bonito (revelações da poesia escrita na Madeira), Lídio Araújo (com obra feita e reconhecida) e José Maria Campinho (adoptado pelo Porto Santo, com um raro dom para a escrita de contos e com livro já publicado).
Para além de todos eles estarem presentes, ou se fazerem representar, outros autores (não participantes na 1ª edição deste projecto) estiveram lá. Porque sabem reconhecer o que de bom se faz na Madeira. Porque sabem ser amigos com “A” adulto. Porque este também foi um projecto de amizade e de confiança entre os envolvidos.
Dos outros, os tais que cada vez mais se identificam, mesmo que queiram passar despercebidos, com o “lobby” pseudo-cultural e literário cá da terra…nem vê-los. Nem cheirá-los…Autismo “oblige”. E solidariedade editorial também…
Por parte da Comunicação Social televisiva e escrita, a que arrogantemente se identifica com o referido “lobby” esquecendo a sua missão de informar e servir com isenção e imparcialidade…nem vê-los. Provavelmente tinham sido sequestrados, amordaçados e escondidos num qualquer armário para não poderem estar presentes…Pobres dos atormentados de espírito. E dos amordaçados.
Ou então, porque dos 11 autores eleitos não constava nenhum dos do “lobby”…a matéria já não tinha interesse para cobertura.
Acreditem em duas coisas: este é um projecto bonito, inédito, que vai continuar e que já saltou as fronteiras da ilha; em seguida o tal “lobby” pseudo-cultural e literário vai querer fazer uma coisa do género. E até vai tentar “roubar” alguns dos que agora fizeram parte desta iniciativa em demonstração do seu poder cada vez mais caduco
Para que todos saibam, na Madeira existem muitos mais que sabem escrever (e cada vez mais existirão), seja prosa, ou poesia. Para dor daqueles que se acham os melhores prosadores da terra (que até estão longe de o ser), os melhores “estoriadores” infantis da terra (que até nem são) ou os melhores poetas do burgo (coitadinhos…).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

"Homens que são como lugares mal situados"












Par ler e reler, imaginar e reimaginar as vezes que forem precisas, este poema de Daniel Faria...


Homens que são como lugares mal situados
Homens que são como casas saqueadas
Como são como sítios fora dos mapas
Como pedras fora do chão
Como crianças órfãs

Homens sem fuso horário
Homens agitados sem bússola onde repousem
Homens que são como fronteiras invadidas
Que são como caminhos barricados

Homens que querem passar pelos atalhos sufocados
Homens sulfatados por todos os destinos
Desempregados das suas vidas
Homens que são como a negação das estratégias
Que são como os esconderijos dos contrabandistas

Homens encarcerados abrindo-se com facas
Homens que são como danos irreparáveis
Homens que são sobreviventes vivos
Homens que são como sítios desviados
Do lugar
Homens que são como projectos de casas
Em suas varandas inclinadas para o mundo
Homens nas varandas voltados para a velhice
Muito danificados pelas intempéries
Homens cheios de vasilhas esperando a chuva
Parados à espera
De um companheiro possível para o diálogo interior
Homens muito voltados para um modo de ver
Um olhar fixo como quem vem caminhando ao encontro
De si mesmo

Homens tão impreparados tão desprevenidos
Para se receber
Homens à chuva com as mãos nos olhos
Imaginando relâmpagos

Homens abrindo lume
Para enxaguar o rosto para fechar os olhos
Tão impreparados tão desprevenidos
Tão confusos à espera de um sistema solar
Onde seja possível uma sombra maior


sábado, 13 de dezembro de 2008

Perus de Natal - os meus indultos









Seguindo as pisadas do defunto Presidente dos EUA, Harry Truman, e dos seus sucessores, e na linha de algumas idiotas tradições norte-americanas, venho por este meio indultar alguns perus e peruas em mais uma iluminada e hipócrita quadra natalícia:
É minha decisão indultar todos os que têm cortado nas minhas costas e me têm tentado apunhalar por palavras, actos ou omissões.
É minha decisão indultar todos os que têm obstruído o meu acesso a determinados órgãos de comunicação social por terem receio da minha vasta e aterrorizadora visibilidade.
É minha decisão indultar os que desejam a minha má sorte, o fracasso das minhas publicações e o meu desaparecimento do mapa literário da Região.
É minha decisão indultar todos os que me sorriem parvamente e amareladamente, ao mesmo tempo que me batem nas omoplatas e dizem…continua assim que vais longe.
É minha decisão indultar papagaios depenados, araras acorrentadas e críticos altamente reconhecidos e de alto gabarito rural (desculpem…regional). Que voem as araras, que se implantem penas nos papagaios, que se desacorrentem os críticos literários (onde é que eles estão, onde é que eles estão???)!
É minha decisão indultar alguns membros de júris de concursos literários, pictóricos, escultóricos, festivaleiros, de caricaturas e afins, que continuam a ser manobrados nas sombras para não escolherem os trabalhos de alguns concorrentes abrindo os envelopes “secretos” antes de tempo (uuuhhhh, que medo…) para logo se decidirem por quem não vai vencer. Ou de, ao ouvirem os nomes de determinados concorrentes, colocá-los logo de parte. Assim não vai longe a cultura praticada cá na ilha…
É minha decisão indultar todos os que “cortam na casaca” de uns e de outras, mas que depois aparecem ao seu lado em lançamentos de livros, atribuições de (en)comendas por solicitação pública e influências privadas, ou em programas da “caixinha mágica”.
É minha decisão indultar os bajuladores, os cortejadores, os vassalos e todos os que, de uma forma triste, cabisbaixa, resignada e deprimente continuam o seu calvário de bajular, cortejar e vassalar. Porque sei que um dia o seu tormento acabará.
O Natal, assim como a Primavera, é sempre que um Homem quer. Basta é querer!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Leituras Soltas"








Há alguns meses atrás tive um sonho. E, como é meu apanágio, corri atrás dele para o concretizar. Um sonho que agora vê a luz do dia. Um sonho que tem o nome de "Leituras Soltas".

Um sonho que apresentei à Fnac Madeira, e à editora O Liberal. E a mais 10 escritores, naturais ou residentes na Madeira e no Porto Santo. E que disseram sim ao meu sonho. E que o ajudaram a concretizar.

Com o objectivo de confirmar algumas certezas e apresentar algumas revelações. Com o objectivo de fazer chegar a literatura produzida na Madeira ainda mais longe. Com o objectivo de contribuir para o enaltecimento da mesma, através das palavras e das imagens que transportam e transmitem a quem as lê.

E ainda com o objectivo humanitário de fazer chegar à AMI e ao Rotary Club do Funchal a totalidade das receitas resultantes da venda desta ideia transformada em livro.

O meu profundo agradecimento ao Júlio Oliveira, director da Fnac, à Patricia Cassaca, coordenadora do projecto em nome da Fnac e ao editor Edgar Aguiar.
E a todos os meus queridos amigos e amigas que não hesitaram dizer SIM desde o primeiro momento em que os convidei a participar no projecto: António Castro, António Paiva, Constantino Palma, Graça Alves, Isabel Fagundes, Joana Aguiar, José Maria Campinho, Lídio Araújo, Natália Bonito e Octaviano Correia.

Um grande bem-haja a todos! Sem vocês nada disto teria sido possível.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Homenagens póstumas








Se é que algum dia irei merecer qualquer tipo de homenagem, que não seja póstuma. Para quê, se já cá não vou estar para a receber?
Sempre odiei homenagens póstumas. Sempre gostei de homenagens em vida.
Sempre as achei, as póstumas, rídiculas, hipócritas, cínicas e fora de prazo.
Que se homenageie Saramago enquanto vivo. Que se prestem todas as devidas homenagens a Herberto Helder enquanto vivo. Assim como se deveriam ter prestado a Fernando Pessoa.
As homenagens póstumas cheiram-me a cinza, a corpos putrefactos, em decomposição. Cheira-me a funerais, a vestidos negros e a lenços rendados na cabeça. A carpideiras contratadas.
As homenagens póstumas cheiram-me a lágrimas sentidas (poucas), e a outras que levam o H da hipocrisia reflectido na sua transparência.
As homenagens póstumas fazem-me lembrar abutres que esvoaçam sobre as carniças sem vida, tentando debicar-lhes algum pedaço de carne para o seu privado festim.
É nas homenagens póstumas que aqueles que nunca gostaram de nós, aqueles que sempre nos atacaram, aqueles que sempre nos odiaram, aqueles que sempre foram nossos inimigos (descarados ou na sombra), nos vêm tecer loas e derramar elogios.
Amigos de ocasião que riem chorando o nosso desaparecimento.
Por isso, se me quiserem prestar homenagens, que o façam enquanto respiro. Para poder retribuir com um sorriso, com um abraço, com uma palavra, com um gesto de não morto.

Mas também não andarei por aí, como algumas, a pedir comendas e estátuas. Ou nomes de becos ou esconsas travessas. Quanta pobreza têm os pobres de espírito e os umbigos desmedidos. Quanta pobreza têm os que tudo julgam que têm e os que tudo julgam que são.

A esses jamais lhes prestarei a minha homenagem. Seja em vida. Seja póstuma.
Aos outros, já lhes comecei a prestar.

O Anarquista Cultural








Este é o jornal de onde, há uns meses a esta parte, António Cruz tem vindo a desasossegar as figuras "imaculadas" da pseudo-cultura madeirense.
Pessoas a quem, por se terem instalado no poder, ou dele se alimentarem, conseguiram criar um "lobby" que começa, finalmente, a dar parte fraca...
Não só pelos constantes alertas que saem da pena de António Cruz, como da pena de mais ou outro "sem medo" de emitir, e publicar opinião.
Óbviamente que o trajecto não tem vindo a ser fácil. Telefonemas anónimos, ameaças veladas, olhares esquinados, sorrisos amarelos, ataques através de pasquins de baixo calibre, de tudo têm tentado as almas (de)penadas da pseudo-cultura desta terra.
Que, por não terem coragem, se continuam a esconder nas sombras das suas manobras vis e desequilibradas.
Só que o AC não tem medo. Se calhar por não ter rabos-de-palha. Se calhar por ser honesto e transparente. Se calhar por nunca ter sido comprado. Se calhar por não ser corruptível. Se calhar por ser Homem (com H adulto).
E assim continuará, aliás outra coisa não seria de esperar. Ele, e mais um ou outro que lutam sériamente, com armas legais e com um sorriso ao canto da boca.
Quais Don Quixotes que, de lança em punho, enfrentam os decadentes e tristes moínhos que ainda vão fazendo algum ventinho. Por pouco tempo...assim se espera.

Às 2ª feiras no gratuito Diário Cidade. Ou às 3ª feiras, não vá o segundo dia da semana ser premiado com um feriado.

Perturbações do Anarquista Cultural









Perturba-me saber que anda por aí tanta gente preocupada com esta caixinha onde vou debitando as minhas opiniões.
Perturba-me saber que existe gente responsável tão tristemente conotada com algumas facções pseudo-intelectuais e “lobbys” literários que definitivamente têm medo dos novos que por aí andam e que até escrevem umas coisas de jeito.
Perturba-me saber que a quantidade de barretes que tenho cá em casa vão, placidamente, sendo enfiados por quem de direito. Afinal, já dizia o Evaristo, que “chapéus há muitos seu palerma!”. E pelos vistos cabeças também…
Perturba-me saber que se continuam a cozinhar malabarismos de trazer por casa nas costas daqueles que, de uma forma honesta, transparente, não subsídio-dependente, trabalhadora, livre e descontraída, vão (bem) produzindo e melhor vendendo.
Perturba-me saber que são poucos os que têm coragem de quebrar os pés de barro de algumas figuras “idolatradas”, bajuladas, cortejadas e a quem continuam a prestar vassalagem de uma forma, no mínimo, intrigante. Há por aí muitos rabos-de-palha…
Perturba-me saber que se continuam a levantar falsos testemunhos contra pessoas que nada mais querem do que fazer o seu trabalho, escrever a sua arte e publicar os seus livros.
Perturba-me saber que aqueles que pararam no tempo, que ajudaram a parar o tempo e que continuam a querer parar o tempo, ainda não se aperceberam de que foi o seu tempo que parou.
Perturba-me saber que existe tanta gente fraca por aí. E influenciável. E medrosa. E sem opinião. E facilmente comprável, corruptível, “chantageavel” por meia dúzia de moedas e meia dúzia de publicações à borla.
Perturba-me saber que os momentos culturais “tele visíveis” são só para alguns (os amigos e as amigas), para aqueles que não opinam, para aqueles que se acobardam, para aqueles que não têm voz activa.
Porque para os outros, os que emitem opinião sem medo, os que andam de postura direita e cabeça erguida, para esses não há nada. Apenas uma tentativa, VÃ, de olvidá-los e de os deixar de lado. E todos nós sabemos quem é a responsável. Viva o serviço público pago por mim! E por si! Que nada tem que ver com estas manobras de bastidores. Mas que paga!
Só que há gente, como o AC, que não tem medo e que continuará a lutar por uma cultura livre e democrática, que continuará a lutar por todos os que merecem um “lugar ao sol”, que continuará a dizer o que pensa, quando quiser, onde quiser e achar por bem.
Claro que um dia destes virá por aí um papagaio sabujo, ou uma arara acorrentada ao seu triste destino, dizer que eu sou um homem perturbado.
Que venha, pois para eles, e para todos os outros, terei sempre a resposta por que eles nunca esperam. Sobretudo porque sou livre, não tenho rabos-de-palha e nunca fui comprado por ninguém. Não tenho preço