segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

"O Vendedor de sonhos" na Fnac








E pronto! "O Vendedor de sonhos" já anda por aí a alimentar a imaginação da criançada.
Depois do lançamento no passado dia 28 de Novembro, o homem baixinho e gordinho, com aqueles suspensórios e meias coloridas, com meia dúzia e cabelinhos na cabeça, com o enorme relógio pendurado nas calças e os seus óculos balançando ao sabor dos seus passos de encantar, lá vai contando histórias e espalhando sonhos junto da miudagem.
E, porque não, dos adultos, que também gostam de ouvir o que ele tem para contar.

Um livro que faz sonhar e que leva consigo uma mensagem sobre...livros.

Bons sonhos para todos.

sábado, 20 de dezembro de 2008

A promiscuidade kultural literária “made in” Madeira








No passado dia 13 de Dezembro, numa fantástica iniciativa com objectivo humanitário, a Fnac Madeira e a editora O Liberal, deram as mãos por um pequeno livro intitulado “Leituras Soltas”.
Num espaço a abarrotar de gente interessada em conhecer o projecto e em ajudar os mais necessitados.
Um projecto que cometeu a proeza de juntar 11 autores que escrevem e produzem na Madeira. Entre outros, António Castro (várias vezes premiado como poeta e letrista), António Paiva (autor do segundo livro de poemas que mais vendeu na Fnac Madeira em 2007), Constantino Palma (que tem alguns títulos de deliciosa prosa), Graça Alves (vencedora do prémio literário 2008 do Instituto Vinho Madeira, entre outros), Isabel Fagundes e Octaviano Correia (reconhecidos autores de boa literatura infantil), Joana Aguiar e Natália Bonito (revelações da poesia escrita na Madeira), Lídio Araújo (com obra feita e reconhecida) e José Maria Campinho (adoptado pelo Porto Santo, com um raro dom para a escrita de contos e com livro já publicado).
Para além de todos eles estarem presentes, ou se fazerem representar, outros autores (não participantes na 1ª edição deste projecto) estiveram lá. Porque sabem reconhecer o que de bom se faz na Madeira. Porque sabem ser amigos com “A” adulto. Porque este também foi um projecto de amizade e de confiança entre os envolvidos.
Dos outros, os tais que cada vez mais se identificam, mesmo que queiram passar despercebidos, com o “lobby” pseudo-cultural e literário cá da terra…nem vê-los. Nem cheirá-los…Autismo “oblige”. E solidariedade editorial também…
Por parte da Comunicação Social televisiva e escrita, a que arrogantemente se identifica com o referido “lobby” esquecendo a sua missão de informar e servir com isenção e imparcialidade…nem vê-los. Provavelmente tinham sido sequestrados, amordaçados e escondidos num qualquer armário para não poderem estar presentes…Pobres dos atormentados de espírito. E dos amordaçados.
Ou então, porque dos 11 autores eleitos não constava nenhum dos do “lobby”…a matéria já não tinha interesse para cobertura.
Acreditem em duas coisas: este é um projecto bonito, inédito, que vai continuar e que já saltou as fronteiras da ilha; em seguida o tal “lobby” pseudo-cultural e literário vai querer fazer uma coisa do género. E até vai tentar “roubar” alguns dos que agora fizeram parte desta iniciativa em demonstração do seu poder cada vez mais caduco
Para que todos saibam, na Madeira existem muitos mais que sabem escrever (e cada vez mais existirão), seja prosa, ou poesia. Para dor daqueles que se acham os melhores prosadores da terra (que até estão longe de o ser), os melhores “estoriadores” infantis da terra (que até nem são) ou os melhores poetas do burgo (coitadinhos…).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

"Homens que são como lugares mal situados"












Par ler e reler, imaginar e reimaginar as vezes que forem precisas, este poema de Daniel Faria...


Homens que são como lugares mal situados
Homens que são como casas saqueadas
Como são como sítios fora dos mapas
Como pedras fora do chão
Como crianças órfãs

Homens sem fuso horário
Homens agitados sem bússola onde repousem
Homens que são como fronteiras invadidas
Que são como caminhos barricados

Homens que querem passar pelos atalhos sufocados
Homens sulfatados por todos os destinos
Desempregados das suas vidas
Homens que são como a negação das estratégias
Que são como os esconderijos dos contrabandistas

Homens encarcerados abrindo-se com facas
Homens que são como danos irreparáveis
Homens que são sobreviventes vivos
Homens que são como sítios desviados
Do lugar
Homens que são como projectos de casas
Em suas varandas inclinadas para o mundo
Homens nas varandas voltados para a velhice
Muito danificados pelas intempéries
Homens cheios de vasilhas esperando a chuva
Parados à espera
De um companheiro possível para o diálogo interior
Homens muito voltados para um modo de ver
Um olhar fixo como quem vem caminhando ao encontro
De si mesmo

Homens tão impreparados tão desprevenidos
Para se receber
Homens à chuva com as mãos nos olhos
Imaginando relâmpagos

Homens abrindo lume
Para enxaguar o rosto para fechar os olhos
Tão impreparados tão desprevenidos
Tão confusos à espera de um sistema solar
Onde seja possível uma sombra maior


sábado, 13 de dezembro de 2008

Perus de Natal - os meus indultos









Seguindo as pisadas do defunto Presidente dos EUA, Harry Truman, e dos seus sucessores, e na linha de algumas idiotas tradições norte-americanas, venho por este meio indultar alguns perus e peruas em mais uma iluminada e hipócrita quadra natalícia:
É minha decisão indultar todos os que têm cortado nas minhas costas e me têm tentado apunhalar por palavras, actos ou omissões.
É minha decisão indultar todos os que têm obstruído o meu acesso a determinados órgãos de comunicação social por terem receio da minha vasta e aterrorizadora visibilidade.
É minha decisão indultar os que desejam a minha má sorte, o fracasso das minhas publicações e o meu desaparecimento do mapa literário da Região.
É minha decisão indultar todos os que me sorriem parvamente e amareladamente, ao mesmo tempo que me batem nas omoplatas e dizem…continua assim que vais longe.
É minha decisão indultar papagaios depenados, araras acorrentadas e críticos altamente reconhecidos e de alto gabarito rural (desculpem…regional). Que voem as araras, que se implantem penas nos papagaios, que se desacorrentem os críticos literários (onde é que eles estão, onde é que eles estão???)!
É minha decisão indultar alguns membros de júris de concursos literários, pictóricos, escultóricos, festivaleiros, de caricaturas e afins, que continuam a ser manobrados nas sombras para não escolherem os trabalhos de alguns concorrentes abrindo os envelopes “secretos” antes de tempo (uuuhhhh, que medo…) para logo se decidirem por quem não vai vencer. Ou de, ao ouvirem os nomes de determinados concorrentes, colocá-los logo de parte. Assim não vai longe a cultura praticada cá na ilha…
É minha decisão indultar todos os que “cortam na casaca” de uns e de outras, mas que depois aparecem ao seu lado em lançamentos de livros, atribuições de (en)comendas por solicitação pública e influências privadas, ou em programas da “caixinha mágica”.
É minha decisão indultar os bajuladores, os cortejadores, os vassalos e todos os que, de uma forma triste, cabisbaixa, resignada e deprimente continuam o seu calvário de bajular, cortejar e vassalar. Porque sei que um dia o seu tormento acabará.
O Natal, assim como a Primavera, é sempre que um Homem quer. Basta é querer!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Leituras Soltas"








Há alguns meses atrás tive um sonho. E, como é meu apanágio, corri atrás dele para o concretizar. Um sonho que agora vê a luz do dia. Um sonho que tem o nome de "Leituras Soltas".

Um sonho que apresentei à Fnac Madeira, e à editora O Liberal. E a mais 10 escritores, naturais ou residentes na Madeira e no Porto Santo. E que disseram sim ao meu sonho. E que o ajudaram a concretizar.

Com o objectivo de confirmar algumas certezas e apresentar algumas revelações. Com o objectivo de fazer chegar a literatura produzida na Madeira ainda mais longe. Com o objectivo de contribuir para o enaltecimento da mesma, através das palavras e das imagens que transportam e transmitem a quem as lê.

E ainda com o objectivo humanitário de fazer chegar à AMI e ao Rotary Club do Funchal a totalidade das receitas resultantes da venda desta ideia transformada em livro.

O meu profundo agradecimento ao Júlio Oliveira, director da Fnac, à Patricia Cassaca, coordenadora do projecto em nome da Fnac e ao editor Edgar Aguiar.
E a todos os meus queridos amigos e amigas que não hesitaram dizer SIM desde o primeiro momento em que os convidei a participar no projecto: António Castro, António Paiva, Constantino Palma, Graça Alves, Isabel Fagundes, Joana Aguiar, José Maria Campinho, Lídio Araújo, Natália Bonito e Octaviano Correia.

Um grande bem-haja a todos! Sem vocês nada disto teria sido possível.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Homenagens póstumas








Se é que algum dia irei merecer qualquer tipo de homenagem, que não seja póstuma. Para quê, se já cá não vou estar para a receber?
Sempre odiei homenagens póstumas. Sempre gostei de homenagens em vida.
Sempre as achei, as póstumas, rídiculas, hipócritas, cínicas e fora de prazo.
Que se homenageie Saramago enquanto vivo. Que se prestem todas as devidas homenagens a Herberto Helder enquanto vivo. Assim como se deveriam ter prestado a Fernando Pessoa.
As homenagens póstumas cheiram-me a cinza, a corpos putrefactos, em decomposição. Cheira-me a funerais, a vestidos negros e a lenços rendados na cabeça. A carpideiras contratadas.
As homenagens póstumas cheiram-me a lágrimas sentidas (poucas), e a outras que levam o H da hipocrisia reflectido na sua transparência.
As homenagens póstumas fazem-me lembrar abutres que esvoaçam sobre as carniças sem vida, tentando debicar-lhes algum pedaço de carne para o seu privado festim.
É nas homenagens póstumas que aqueles que nunca gostaram de nós, aqueles que sempre nos atacaram, aqueles que sempre nos odiaram, aqueles que sempre foram nossos inimigos (descarados ou na sombra), nos vêm tecer loas e derramar elogios.
Amigos de ocasião que riem chorando o nosso desaparecimento.
Por isso, se me quiserem prestar homenagens, que o façam enquanto respiro. Para poder retribuir com um sorriso, com um abraço, com uma palavra, com um gesto de não morto.

Mas também não andarei por aí, como algumas, a pedir comendas e estátuas. Ou nomes de becos ou esconsas travessas. Quanta pobreza têm os pobres de espírito e os umbigos desmedidos. Quanta pobreza têm os que tudo julgam que têm e os que tudo julgam que são.

A esses jamais lhes prestarei a minha homenagem. Seja em vida. Seja póstuma.
Aos outros, já lhes comecei a prestar.

O Anarquista Cultural








Este é o jornal de onde, há uns meses a esta parte, António Cruz tem vindo a desasossegar as figuras "imaculadas" da pseudo-cultura madeirense.
Pessoas a quem, por se terem instalado no poder, ou dele se alimentarem, conseguiram criar um "lobby" que começa, finalmente, a dar parte fraca...
Não só pelos constantes alertas que saem da pena de António Cruz, como da pena de mais ou outro "sem medo" de emitir, e publicar opinião.
Óbviamente que o trajecto não tem vindo a ser fácil. Telefonemas anónimos, ameaças veladas, olhares esquinados, sorrisos amarelos, ataques através de pasquins de baixo calibre, de tudo têm tentado as almas (de)penadas da pseudo-cultura desta terra.
Que, por não terem coragem, se continuam a esconder nas sombras das suas manobras vis e desequilibradas.
Só que o AC não tem medo. Se calhar por não ter rabos-de-palha. Se calhar por ser honesto e transparente. Se calhar por nunca ter sido comprado. Se calhar por não ser corruptível. Se calhar por ser Homem (com H adulto).
E assim continuará, aliás outra coisa não seria de esperar. Ele, e mais um ou outro que lutam sériamente, com armas legais e com um sorriso ao canto da boca.
Quais Don Quixotes que, de lança em punho, enfrentam os decadentes e tristes moínhos que ainda vão fazendo algum ventinho. Por pouco tempo...assim se espera.

Às 2ª feiras no gratuito Diário Cidade. Ou às 3ª feiras, não vá o segundo dia da semana ser premiado com um feriado.

Perturbações do Anarquista Cultural









Perturba-me saber que anda por aí tanta gente preocupada com esta caixinha onde vou debitando as minhas opiniões.
Perturba-me saber que existe gente responsável tão tristemente conotada com algumas facções pseudo-intelectuais e “lobbys” literários que definitivamente têm medo dos novos que por aí andam e que até escrevem umas coisas de jeito.
Perturba-me saber que a quantidade de barretes que tenho cá em casa vão, placidamente, sendo enfiados por quem de direito. Afinal, já dizia o Evaristo, que “chapéus há muitos seu palerma!”. E pelos vistos cabeças também…
Perturba-me saber que se continuam a cozinhar malabarismos de trazer por casa nas costas daqueles que, de uma forma honesta, transparente, não subsídio-dependente, trabalhadora, livre e descontraída, vão (bem) produzindo e melhor vendendo.
Perturba-me saber que são poucos os que têm coragem de quebrar os pés de barro de algumas figuras “idolatradas”, bajuladas, cortejadas e a quem continuam a prestar vassalagem de uma forma, no mínimo, intrigante. Há por aí muitos rabos-de-palha…
Perturba-me saber que se continuam a levantar falsos testemunhos contra pessoas que nada mais querem do que fazer o seu trabalho, escrever a sua arte e publicar os seus livros.
Perturba-me saber que aqueles que pararam no tempo, que ajudaram a parar o tempo e que continuam a querer parar o tempo, ainda não se aperceberam de que foi o seu tempo que parou.
Perturba-me saber que existe tanta gente fraca por aí. E influenciável. E medrosa. E sem opinião. E facilmente comprável, corruptível, “chantageavel” por meia dúzia de moedas e meia dúzia de publicações à borla.
Perturba-me saber que os momentos culturais “tele visíveis” são só para alguns (os amigos e as amigas), para aqueles que não opinam, para aqueles que se acobardam, para aqueles que não têm voz activa.
Porque para os outros, os que emitem opinião sem medo, os que andam de postura direita e cabeça erguida, para esses não há nada. Apenas uma tentativa, VÃ, de olvidá-los e de os deixar de lado. E todos nós sabemos quem é a responsável. Viva o serviço público pago por mim! E por si! Que nada tem que ver com estas manobras de bastidores. Mas que paga!
Só que há gente, como o AC, que não tem medo e que continuará a lutar por uma cultura livre e democrática, que continuará a lutar por todos os que merecem um “lugar ao sol”, que continuará a dizer o que pensa, quando quiser, onde quiser e achar por bem.
Claro que um dia destes virá por aí um papagaio sabujo, ou uma arara acorrentada ao seu triste destino, dizer que eu sou um homem perturbado.
Que venha, pois para eles, e para todos os outros, terei sempre a resposta por que eles nunca esperam. Sobretudo porque sou livre, não tenho rabos-de-palha e nunca fui comprado por ninguém. Não tenho preço

domingo, 19 de outubro de 2008

Poema feio








Dá-me o teu poema feio
escrito nas raízes
apodrecidas
da terra;
garras de fogo
que revolvem
as minhas entranhas
traçando a fealdade
escrita nas palavras.

Dá-me o teu poema feio
riscado no corpo
sufocado de poesia;
e asfixiado por
um desejo doloroso
que sublinha a beleza
da brutalidade.

Dá-me o teu poema feio
erguido na
saudade que morde
a aurora
de mais um dia.

Dá-me o teu poema feio
que grita uma
vontade de não existir.


Dá-me o teu poema feio porra!



in Palavras (O)usadas


Gota








Estás de bruços,
deitada sobre os lençóis
amarfanhados pelo prazer,
tingidos pelo sacrossanto
líquido da vida.
Ainda há pouco cavalgavas
todas as aventuras da tua
imaginação neste potro
improvisado que sou eu.
Comigo (ultra)passaste todas
as barreiras desse prado
sem fim que escolhemos
para galopar.
E cansada, derrotada
por todos os gozos que te
acometeram, dormes
agora abraçada à minha
perna.
Nas tuas costas (es)corre
uma gota daquele oceano
branco e almiscarado
com que ainda há pouco
foste inundada,
e com o qual quiseste
pintar o teu tecido
moreno de sol.
Uma simples gota
que desenha novos
caminhos no teu corpo,
testemunha viva
de um incontrolado
prazer.

in Palavras (O)usadas

Esquinas da noite








Vagueio nas esquinas da noite
Olhando as janelas apagadas
Adormecido mundo, insone,
De tantas almas desamadas

Um latido de cão solitário,
Sobrepõe-se ao sino da igreja
Um corpo mexe-se sob o sudário
Permitindo-o que o entreveja

E as imagens surgem, de supetão,
Amalgamadas dentro de mim
Rebentando de exasperação
Ao imaginar teu corpo de cetim

Afinal és tu!
Tu que te mexes entre as sombras…

…naquela varanda alcandorada
Sobre o caminho que percorro
De uma rua vazia e empedrada
Em que me espreitas sem decoro

Peço então à primeira estrela,
Que passa por mim a brincar,
Que leve à tua varanda
A minha vontade de versejar

E tu sorris,
Sorris como só tu sabes sorrir
Convidando com o teu doce olhar
As minhas palavras a subir,
Permitindo-me em ti mergulhar

O resto foi poesia por detrás da lua
Espadachins de novas palavras
Que esgrimiram por entre a pele nua
Ideias jamais inventadas

E nasceu finalmente o sol
Por entre as frestas do nosso amar,
Campo de batalha, amarrotado lençol,
Tela imprevista para tanto ri(t)mar

Da loucura tinham nascido
Novos poemas, vagas sem fim,
Que por teres acontecido
Rebentaram finalmente em mim

Vagabundo








Assumido vagabundo
No teu doce amanhecer
Deambulo pelo teu mundo
Na ânsia de te conhecer

Sonho plantado na terra
És olhar manso, inquieto,
Dínamo de uma vontade que berra
E me deixa irrequieto

Jovem flor de uma paixão
Que nasces em mim, por dentro,
És noites de contemplação
Dias de puro encantamento

És luz que irrompes sem vénias
E conquistas sem hesitação
Suaves pétalas de gardénias
No nascer de uma canção

Quantos amores por ti passaram
Dementes e avassaladores
Escravos que se persignaram
E se partiram em mil dores

De ti quero a calma de um canto,
Ou um canto que me cante à alma,
Palavras loucas desenhadas de espanto
Ou esculpidas nos corpos sem calma

Quem és tu afinal?
Quem és tu…

…que cavalgas agora o meu mundo
De uma forma desenfreada
Deste alguém tornado vagabundo
Por uma mulher apaixonada

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Partir








Por vezes apetece-me partir. Apenas partir. Levando comigo o eu que transporto e que tantas vezes me pesa. Nos ombros. Na consciência.
Apetece-me partir sem me importar o regressar. Partir comigo, ou deixando-me para trás, deixando-me sentado numa beira de estrada indefinida e alcatroada pela vontade de ir.
Apetece-me apenas levar comigo os ecos que constantemente ressoam dentro de mim. Amálgama de pensamentos e de tantas palavras que desaguam num qualquer compartimento do meu ser e que ficam à espera que lhes abra a torneira do meu querer.
Para que finalmente possam gotejar na ampulheta da criatividade que tantas vezes torturo por dela nada querer.
Por vezes apetece-me partir. Transformar-me naquela silhueta que se desfaz no horizonte para alguém que acena nas minhas costas. Aquela silhueta que nunca fui para os outros. Mas que fui tantas vezes quantas as que deixei para trás as lágrimas que desenhei sem querer, as dores que moldei na paixão e que abandonei na esquina da eterna estrada sem fim que percorro.
Por vezes apetece-me partir. E voltar duma ausência por ti consentida.

Porque se algum dia partir será por ti. E se algum dia voltar, por ti será.

Relógio de Outono








Deixo cair os minutos como folhas de um Outono que demora a passar...

As minhas ideias parecem ter secado, amontoando-se num qualquer gaveto da imaginação que preguiça e se espreguiça no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio imaginário.
Será este o Outono da minha criatividade, ressequindo e encarquilhando as folhas de papel dependuradas nos galhos da minha existência?
Quantos mais minutos se irão acrescentar ao meu desertificado querer? Num misto de tantas vontades que se entrechocam e sangram palavras que convulsam dentro de mim.
Quantas mais folhas vou precisar de avermelhar com a loucura que deambula no meu olhar perdido e que traça perfis alaranjados nas tardes outonais que morrem para lá do horizonte? E que coloram o firmamento com promessas de mais um dia em que os minutos continuarão a cair a meus pés.
E eu a varrê-los para debaixo do tapete criativo para que, em qualquer momento do meu tempo, os possa resgatar e voltar a sentir que os ponteiros deste relógio de Outono tique-tacam no sentido que um dia foi determinado. Mas que posso não querer que seja o meu.

sábado, 16 de agosto de 2008

vontade








Na ímpia certeza da loucura
escorrem por entre as bocas
as letras que nunca te escrevi.

Deslizam as gotas de suor nos corpos
amassados pelas bocas
da luxúria consentida.

Percorro as ladeiras do teu corpo
com a minha língua sôfrega que lambe
as feridas da batalha dos amantes.

Devoram os olhos as intenções amalgamadas
pelos desejos percorridos,
consentidos, viciados na sedução.

Vivo apenas o que não vivo,
assassinado nas entranhas do teu desejo
feito escravo em tuas mãos peregrinas.

Mãos que percorrem os sentidos orgásticos
desse amanhã que já hoje vivemos
nesse futuro morto pelo presente.

Tenho vontade de ti
do tactear da tua boca que me percorre
e me desfaz em mil átomos.

Tenho vontade de ti
dos desenhos que as tuas garras
riscam em mim.

Tenho vontade de ti
e desse mundo inventado só para nós
nos desfiladeiros da insensatez.

Tenho vontade de cada letra
que grita por entre silêncios
nas entrelinhas dos murmúrios.

serei eu?








ANJO CAÍDO


Eu sou palavra, poesia, sonho e ilusão,
sou palco, sou teatro,
sempre em mim uma canção.
Eu sou mistério, pássaro de fogo,
andorinha, primavera,
Outono, chuva e sol,
nuvem triste, céu azul.
Sou avião, descobridor,
sou amor, sou paixão,
irreverência, imperfeição,
sentir e tanta dor.
Eu sou segredo, inconfessado,
mar salgado, beijo eterno,
sou rosa púrpura,
sentimento, esperança e desalento.
Sou sorriso, gargalhada,
lágrima que cai,
cristal partido,
sou amigo, impulsivo,
luz de vela, sombra lunar.
Eu sou teimoso,
cavalo alado,
lutador e conquistador.
Sou estrela, cadente, criador,
criatura, caminhante da aventura.
Eu sou fraco, corajoso,
herói e vagabundo,
das estrelas e dos mares
que brilham em todo o mundo.
Sou fogueira, amor carnal,
absinto e Carnaval,
sou loucura, irresistível,
folha de papel, e de jornal.
Eu sou alegria, e vida,
sou amante,
simples, complexo,
paz, inquietude, flor de sal,
brisa fresca, arrepio, alfabeto.
Sou natureza, rio que passa,
sentimento de beleza,
don Quixote, don Juan,
Casanova, ex-galã.
Sou montanha, escarpa e tempestade,
vale, sossego,
pensamento de fazer medo.
Sou abraço, abraçado,
sensualidade, permissivo,
apenas homem.
Ou anjo caído.


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

"você vai precisar de uma mulher a cada livro"







pergunto-me até que ponto esta afirmação, ou diagnóstico, de Scott Fitzgerald para com Hemingway, quando se conheceram em Paris, fará algum sentido, ou terá alguma consistência...será que é sempre a outra mulher que o poeta procura? aquela mulher que, como gota de água em solo desértico, é necessária à sobrevivência do seu míster poético? será que é sempre a próxima mulher que fará com que o poeta se transcenda e ultrapasse a barreira da imaginação e da criatividade? será que a poesia do poeta se desenha em peles macias e ambarinas, escorrendo por entre as pregas de um corpo amado? porque será o poeta um insatisfeito? porque todo o humano é insatisfeito? porque será o poeta um permanente descobridor de sensibilidades e emoções que armazena em si próprio para mais tarde crucificar no papel? porque será o homem ou a mulher esse objecto de intenso desejo posteriormente dissecado em rimas, prosas ou delírios literários de toda a ordem? porque o humano é um ser que precisa sempre de algo mais. de mais prazer, de mais felicidade, de mais amor, de mais risco, de mais aventura, de mais poder, de mais sol, de mais lua, de mais beijos, de mais abraços, de mais água, de mais sorrisos, de mais palavras. porque será o poeta o coitado sobre quem recai o castigo? o dedo acusatório? a incompreensão dos restantes humanos? pobre poeta e escritor. feliz do poeta e escritor.

vontade, preguiça, indolência, agosto?








ando com aquela vontade de para nada ter vontade. ando com aquela vontade de deixar morrer o tempo na ânsia de ressuscitá-lo e esperar que me acorde deste torpor. sinto-me amorfo, imaterial, massa humana que se arrasta no arrastar dos ponteiros. olho os pombos que defecam onde poisam, debicando beatas de cigarro, folhas mortas, que andam para trás e para a frente. sem rumo. vida insípida, defraudada de futuro. limitada entre duas asas. mas o pombo voa, e com ele voa a liberdade. eu não voo, mas sou livre.

ando com aquela vontade de ter muita vontade que algo aconteça. expectante. delirante. viciante. ando com aquela vontade de ser recuperado por um anjo de seios perfeitos, de mãos ousadas, de olhar perturbador, de corpo moldavel aos instintos do meu prazer. olho o mendigo que estende a mão à sensibilidade da senhora altiva que por ele passa tornando-o ainda mais mendigo pela sua atitude de indiferença. merda de mulher, penso para comigo. merda de sociedade, deixo escapar entre dentes.

ando com aquela vontade de preguiçar. de deixar que sejam as palavras a puxar por mim, a arrastar-me para o seu delírio de ideias e composições poéticas. ando com aquela vontade de explodir em mil sons, em mil tons, em mil orgasmos e saber que, afinal, ainda estou vivo. olho o mês de agosto que transforma a cidade num pardieiro quase fantasma, cidade que permite evacuações auto consentidas para paragens mais ou menos longínquas. tenho a cidade para mim. e nela o anjo que me virá resgatar com o seu sorriso, a sua boca, o seu olhar colorido por desejos (in)confessáveis. pelo seu corpo feito poema e que me fará de novo viver. e no viver reinventar a escrita.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Estradas Repletas








Este blog em particular, e a blogosfera em geral, ficam mais bonitos e enriquecidos a partir de hoje com a entrada em órbita do novo blog de Natália Bonito.

Consultem http://www.estradasrepletas.blogspot.com/ e sorriam com o perfume poético que dele emana.

terça-feira, 29 de julho de 2008

joana aguiar e a eternidade








Que momento bonito por que atravessa a Madeira e a literatura produzida na ilha. Que momentos de rara beleza nos são trazidos por verdadeiras ostras que, quando abertas, revelam pérolas de inestimavel valor.
Que pessoas bonitas, jovens, com a eternidade pela frente, nos aparecem em cada esquina das palavras e nos mostram o quão facil parece ser desenhar poesia perfumada e que inebria cada um dos nossos sentidos. Os existentes e os que acabamos de descobrir.
Desta vez a poetisa chama-se Joana Aguiar e conta dezoito anos de vida. E que, passo a citar, "descobri os outros nomes da Poesia: Loucura, Criação e Salvação".

O livro ostenta um título no mínimo prometedor..."O dia antes da Eternidade". E eu acabei de lê-lo. Com total desprendimento pelo resto do mundo em que pareço ter vivido, melhor... levitado, durante o tempo em que viajei na eternidade feita de prosa e verso da Joana.

Não sei que nome terias, se tivesses.
As vozes enformam-te sem a matéria
De que te extraíram o busto indizível,
Até emudecerem de tanto te perder.

Todos os nomes concorrem ao teu rosto,
Una carne da verdade extraviada.
Deram-te o que nunca tiveste
O véu por quem clama quem nunca te vê.

Não sei em que acróstico tresleram o meu nome.


Definitivamente não é para todos. Definitivamente faz-nos esquecer os tão enaltecidos poetas vivos da Madeira que há muito morreram para as palavras feitas de poesia (salvo raras, muito raras mesmo, excepções). Definitivamente este é o tipo de gente, jovem, saudavel, desempoeirada, descontraída, viva e pulsante que a literatura da Madeira precisa. Basta de cinzentismo, de gente pesada e triste, de gente que se afunda nas areias movediças do seu próprio umbigo e de lá não consegue sair.

Obrigado Joana por ter partilhado connosco esta pincelada de virtuosismo poético.
E, já agora, permitam-me partilhar convosco um dos seus espaços de criatividade:

segunda-feira, 28 de julho de 2008

expedição brasil 2008













O meu amigo Bruno Gouveia, motard por vocação e bastante convicção, vai iniciar mais uma aventura neste mês de Agosto. Depois da inolvidavel travessia de grande parte do continente africano, tendo como objectivo a entrega de livros a diversas instituições em Moçambique, chega agora o momento de olhar o Brasil de uma outra forma.

Acompanhem-no semanalmente nas crónicas "expedição brasil 2008" nas páginas do semanário Tribuna da Madeira, ou no seu http://www.rotasdeaventura.blogspot.com/


em belém








Demolidora a experiência de pisar território palestino cercado de muros de cimento e electrificados, pontuados por torres de vigia e militares desejosos de atirar a tudo o que mexe.
E saiu-me isto enquanto por lá andava...

Vivo na cidade
cercada pelo ódio
e abraçada pelos arames.
Vivo na cidade
rodeada pelo medo
e apodrecida pela traição.
Vivo na cidade
em que o perfume
dos cipestres e a copa dos pinheiros
se misturam com
o suor do terror.
Vivo na cidade
do solo ensanguentado
e das crianças amordaçadas
cuja voz é assassinada à nascença.
Vivo na cidade
silenciada pela desesperança
e pelo desasossego.
Vivo na cidade de Belém
esperando que os cânticos
ecoem no meu coração
e me permitam
voar em liberdade.

domingo, 27 de julho de 2008

"A Janela deste Mar"








No ano de 2005 Natália Bonito dá-se a conhecer ao mundo com o seu livro de poemas "Amor do Meu Viver". Tinha então uns bonitos 18 anos de idade. E uma escrita absorvente, contagiante e delirante para quem, como eu, devorou estrofe por estrofe dos muitos versos que Natália desenhou naquela sua primeira obra.
Natália regressa. E com ela regressa a poesia em estado natural, puro, belo. A paixão, o amor, o sentir, a sensualidade. O mar. Está tudo lá, na sua mais recente obra "A Janela deste Mar".
Obra que será apresentada no próximo dia 27 de Setembro, pelas 18h00, no Centro Cultural John dos Passos. Um momento a não perder. Um momento que, definitivamente, enriquecerá o nosso espólio pessoal, emotivo e cultural.

Entra em mim uma imprópria vontade...
Somente um grito por gritar
Engana minha triste saudade,
Somente uma noite por chegar
Acalma o fulgor da minha idade.
Sempre acreditei na luz da vida,
Brinquei às paixões fulminantes
E na brincadeira, esquecida,
Deixei à nora meus amantes...
Agora meu castigo é chorar,
Chorar uma inocência perdida,
Uma pureza que não mais quer voltar:
Fugiu, sem alma, nem vida,
Juntamente com aquele doce amar...
E não engano meu coração,
Porque sou eu quem mais ama,
Sou eu amor e paixão,
Fogo que queima a própria chama...

obrar...








Sabedoria popular à entrada de uma casa-de-banho num restaurante de Antígua, Guatemala. No passado dia 20 de Março de 2008.

geração coca-cola








Momento em que três gerações se encontram para piquenicar na Praça do Tanque, cidade de Antigua, Guatemala. No passado dia 17 de Março de 2008.

A multicional americana sempre presente qual bola colorida nas mãos de uma criança...

vai de retro!!!!








É por estas e por outras que sempre tive uma particular fobia de ir ao dentista....

Povoação de Godinez, quase a chegar ao fabuloso Lago de Atiltán, na Guatemala.

Captada no dia 18 de Março de 2008 e especialmente dedicada aos meus amigos que exercem a tão delicada arte de chafurdar nas bocas alheias.

Tantarei manter-me o mais afastado possível das vossas seringas, cadeiras, brocas e massas...

missão (im)possível









Pequena povoação de 150 habitantes, Boca Chica fica na província de Chiriqui, Panamá, a poucos quilómetros da fronteira com a Costa Rica.

Aqui vim encontrar um exemplo de dedicação, abnegação, amor, paixão e servir. O professor Cástulo Carrera tem 55 anos e ensina, numa única sala de aula, 36 alunos de seis diferentes graus de ensino.

Uma missão quase impossível e agravada por, em muitos dias, as crianças nada terem para comer. Valem as ofertas e ajudas de um ou outro casal de estrangeiros que vive nas imediações e dos viajantes acidentais como eu.

Imagens captadas no dia 27 de Março de 2008.

sem idade








Este é um rosto sem idade, ou com todas as idades que lhe queiramos atribuir.

Captado na Cidade da Guatemala no passado dia 21 de Março de 2008.

triste forma de vida
















Em território palestino estive duas vezes, mais concretamente na cidade de Jericó e na de Belém. Foi nesta última que pude constatar na pele e na alma o quão triste é ser palestiniano. Uma cidade rodeada por muros de cimento entre 4 a 8 metros de altura e que serpenteiam ao sabor das arbitrariedades israelitas financianas pela pátria do tirano George Bush.


A imagem foi recolhida no passado dia 23 de Julho.


viagem ao passado








Na cidade de Petra, dia 20 de Julho, um verdadeiro representante dos Nabateus, povo que deu origem a esta que é uma das 7 maravilhas do mundo. Apeteceu-me ajoelhar e para sempre servir o meu senhor.

mulheres muçulmanas








Nas fabulosas ruínas da antiga cidade grega-romana. Cidade de Jerash, Jordânia, 19 de Julho de 2008.

sorrisos








Sem receio de que a objectiva lhes possa raptar a alma, numa rua de Canaã, Israel.

tranquilidade...








...é a sensação que me ocorre na face e meio sorriso desta mulher captada junto ao Santo Sepulcro, em Jerusalém, onde estive no recente dia 22 de Julho de 2008.

o blog

Pergunto-me porquê...porquê aparecer agora com este espaço saturado de tanta gente que tem tanta coisa para dizer. Já não me bastam os outros onde intervenho? Já não me basta espremer o tempo obrigando-o a sangrar e a implorar-me que lhe dê mais...tempo?
Provavelmente não. Provavelmente precisava de vir aqui para provocar irritações, insultos e más disposições. E, quem sabe, simpatias, amizades e sinergias em prol de algo que me é particularmente querido: essa coisa a que alguém resolveu chamar cultura e que tantos gostam de destratar..
Sim, porque isto de andar de alguma forma ligado a ela tem que se lhe diga. E muito! Sobretudo num pedaço de terra abençoado por deuses e em que os filhos menores de um deles se encarregaram, num passado não muito distante, de se assumir como donos da literatura, da música, das artes plásticas e das restantes manifestações denominadas culturais.
Gente sem escrúpulos, gente abusadora, gente gorda e papuda, gente cinzenta e arrogante, gente manipuladora, gente feia por dentro e por fora, gente má por fora e por dentro, gente tão insignificante que, em qualquer outra parte do mundo, nada mais seriam do que um átomo estropiado.
Por isso é sobre eles que as minhas baterias se abaterão. Mas também é sobre os outros, os que merecem que lhes sejam apontados os holofotes do reconhecimento, que os meus encómios se projectarão.
Apenas e por amor às coisas da cultura!

Disse um dia Aristóteles que a coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras. Das outras pouco posso falar, já que com apenas algumas fui brindado. Da coragem posso falar de cátedra!

viagens

Para os que me conhecem sabem que a minha vida tem corrido mundo, seja por por deformação (e paixão) profissional, seja porque a minha inquietude e enorme vontade de descobrir não me deixam sossegado.
Ou tão-só porque sou insatisfeito e preciso sempre mais de tudo. De conhecer outros lugares, de sorrir com outros sorrisos, de falar com outros idiomas, de abraçar outros abraços, de cruzar outras fronteiras. Fronteiras humanas e territoriais. Fronteiras de mim próprio.
É por isso que este espaço (o tal de blog) aqui trará imagens e rodapés. E um outro comentário. Para que os leitores discorram acerca deles, para que divaguem e divulguem. Para que sonhem e concretizem por palavras o que a alma lhes disser.
Não quero, nem permitirei, que não se pronunciem. Por isso aceitem os desafios e transformem este espaço em momentos de intervenção. Para o melhor ou para o pior. Mas não desistam. Porque eu nunca desisti.